O organizador de eventos existe desde que homem vive em sociedade. O termo “profissional” e a formação universitária são incrementos recentes, bem como as funções que o mundo corporativo trouxe para o cargo, mas não se engane: ritos que atravessaram culturas e gerações não ganharam a alcunha de tradição por acaso.

Pense na importã¢ncia dos cerimoniais na Antiguidade ou na Idade Média. Mais do que festivais, casamentos e saraus, esses eventos – geralmente organizados pelos serviçais – enfatizavam a pompa e o poder de instituições como a Igreja, o Império e, depois, a Realeza. Seu sucesso estava, portanto, diretamente ligado í  imagem pública dessas esferas. Assim, receber os convidados com a melhor mesa, distração e atendimento possí­veis era não só questão de etiqueta, mas fundamental para fazer polí­tica.

“Era”, não. Mais do que milhares, milhões, bilhões de pessoas assistiram ou comentaram o casamento do prí­ncipe William com Kate Middleton. Do figurino ao bolo, dos convidados í s atrações, o que não faltou foi audiência para acompanhar todas as etapas da festa, tamanha a sua representatividade para a Grã-Bretanha.

Não pense que é fácil atingir e envolver um público tão grande. Para conceber e gerenciar eventos assim é preciso dedicação, proatividade, uma proposta clara e estar antenado no que está acontecendo ao seu redor. Esses “skills” independem da época: pode estar certo de que madames, bobos da corte, governantas, mordomos, donas de casa ou egressos de cursos como Relações Públicas e Comunicação, até chegar ao atual Gestor de Eventos, têm em comum o desejo de atender bem seus convidados.

Justamente por ser uma área de atuação tão diversa é que os currí­culos diferem tanto uns dos outros: muitos profissionais sem formação universitária, mas que traziam (e ainda trazem) um imenso repertório; outros, de cursos distintos, e ainda assim capazes de discutir a importã¢ncia estratégica dos eventos; e, mais recentemente, organizadores de eventos tecnólogos, pós-graduados e os com certificação especí­fica que começam a surgir em vários paí­ses, saindo do eixo Estados Unidos-Europa.

E agora, a dúvida: quem é, afinal de contas, o profissional de eventos?

Sem dúvida, estamos falando de um perfil multidisciplinar. a Como o organizador cria ações que geram envolvimento para o participante, acho que ser ousado, ter repertório cultural, discrição, falar diferentes lí­nguas (é um profissional que lidaa com pessoas de todo tipo e, para tanto, precisa conversar de igual para igual), não gostar muito de rotina e ser hospitalar tanto nos mí­nimos quanto nos grandes detalhes são as principais caracterí­sticas para seguir nessa profissão. No quarto parágrafo também citei outros aspectos que considero importantes. O resto, com jogo de cintura e vontade de correr atrás, a gente aprende.

A todos os profissionais de eventos (os de ontem, os de hoje e os de amanhã também), um grande salve!

Deixe um comentário