O bordão “extra, extra” é atribuído em alguns sites aos escravos que no início vendiam os jornais e como forma de chamar atenção, gritavam algumas manchetes, mas acredito que a versão mais plausível é que o termo foi criado ou indicado para os meninos que vendiam jornais nos portos, centros, porta de cafés e ruas movimentadas.
Entendendo que informações especiais, diferentonas e gritadas podiam reverter em vendas. Vamos entender que não deixa de ser, os primórdios do hiperlink. Essa introdução toda, devido a uma pergunta de uma aluna em sala, dias desses: “Qual a melhor forma de divulgar um evento”
Tenho a mania de devolver a pergunta para a sala por 2 motivos: para checar se estão atentos e também para ter um tempinho para arquitetar didaticamente a resposta. Obviamente o que mais retornaram foi “Entenda o perfil de público e distribui a verba nas redes sociais”, a partir daí desafiei os mesmos a pensarem primeiramente, no conceito do “Extra, Extra” o que podemos fazer para chamar a atenção para o nosso evento, para o querer ir em nosso evento. Destrinchamos vários elementos, antes de pensar no plano de comunicação do mesmo, mas no tom dessa divulgação e como ela traduz o DNA da marca idealizadora e/ou patrocinadora. Destaco 5 insights conceituais:
1. informar sobre o evento e instigar o interesse de comparecer (seja on line ou presencial) – despertar o desejo.
Ex: Não só colocar o nome do convidado, mas explicitar com foto mini CV, algum feito. É destacar que é a primeira vez ou a centésima, cada uma tem seu apelo, enfim, depende de seu produto;
2. Ás vezes é destacar os aspectos operacionais que podem impactar na opção de ida. Ex: dias e horários promocionais, local com mais fácil acesso ou transfers, parceria com estacionamento ou bandeira de aplicativo de táxi, ou até mesmo que algo mudou, etc
3. Mostrar o conceito e o DNA do evento, apoiado pelo design, tornando o mesmo único através de seu nome, cores, ícones, etc.
Ex. Antes HSM Expo e agora HSM + , trazendo mais horas de conteúdo, mais trilhas de saber, mais tendências, mais networking a partir do nome e meeting design;
4.A Cocriação traz um elemento de pertencimento, seja com votação de line-ups, sugestões, concursos, ação social, entre outros, gerando um engajamento orgânico. No exemplo do Rock in Rio, tem o link com o slogan de um mundo melhor e de uma ação pontual com Amazônia naquele ano;
5) Mais do que nunca o evento se perpetua antes, durante ou depois do evento, através de gifts, sejam eles dados como elemento promocional, por apoiar (mesmo quando não era possível ir ao evento presencial, vide imagem), seja como residual, lembrança, elemento de colecionismo (copos, pins, crachás), … é um meio de manter vivo o evento constantemente e criar uma ligação com o mesmo através de um objeto, sem falar na ostentação de ter ido (camisetas, bolsas);
Após esse check list conceitual, podemos partir para o plano de comunicação de um evento, que se vale de entender mais pormenorizadamente o perfil de público, jornada de compra e consumo, bem como das várias mídias desde as tradicionais: jornal, rádio, outdoor, revista, tv, redes sociais que tem seu script próprio, sem falar que agora também temos espaços e objetos que se transformaram em mídia também: mobiliário urbano, veículos, escadas, embalagens, telefone público, estátuas, intervenção de grafite em fachadas, cancela de estacionamento, bolacha de chopp, guardanapo, lambe lambe, …(complete com mais ideias nos comentários).
O grande furo de reportagem é através de certas ações, atrair a atenção e fazer as pessoas comprarem nosso jornal, ops, evento.