Faz tempo que o Brasil não é encarado como subdesenvolvido e do terceiro mundo, subimos muitos degraus, andares e alcançamos um status de reconhecimento de paí­s do futuro.

Nos eventos, essa onda positiva também se reverbera, seja pela potencialidade de nosso mercado gerando turismo de negócios, feiras, missões comerciais, bem como de assuntos que somos referência como: etanol, agrobusiness, moda entre outros que são amplamente discutidos em eventos cientã­fico-educativos. Enfim, somos a bola da vez não só pela Copa e Olimpí­ada que traz os holofotes para cá, mas pela possibilidade e vontade de que eventos ocorram aqui. De turnês a campeonatos, de feiras í  desfiles, estamos na rota dos eventos.

Conversei com o Juarez Carvalho Filho (RJ), que com 40 anos de setor, contribuiu em várias entidades como ABEOC, ICCA, COCAL, ele me ajudou a comentar alguns elementos relacionados ao tema; como ele mesmo diz “O Brasil está na moda, e não necessariamente pela performance econí´mica e sim por vencer as candidaturas a organizar dois dos maiores eventos que existem no mundo-Copa FIFA e Olimpí­adas”. Isso chamou a atenção de todos e outros segmentos que vão se beneficiar desta visibilidade conseguida. Com relação a globalização, o fator positivo é a entrada de novos “players” para incrementar o nosso setor. Muitas empresas brasileiras de eventos (muitas anteriormente familiares) seguem a onda mundial das fusões com atuação mais ampla. Isso mais do que nunca, implementa um ritmo diferente ao setor, trazendo eventos de maior vulto e com fluxo maior
de estrangeiros.

Com tanta agitação, temos que nos preparar. Segundo Juarez para recebermos os eventos internacionais, nosso principal problema são os aeroportos, uma vergonha nacional. Isso gera uma dificuldade em “vender” nosso destino, diferenciando muito uma cidade de outra, sem falar com os outros paí­ses, que além da infra do aeroporto tem o apoio do entorno, com metrí´ que atende aeroportos/centros de convenções, facilitando o deslocamento dos participantes, coisas que não temos aqui, e não posso deixar de comentar que não temos aqui o conceito de aeroshopping / aerocidade.

Nesse quesito, acredito que as entidades, associações e próprios organizadores tinham que se engajar junto ao poder público para pleitear melhorias que impactam no crescimento do setor. Temos que “brigar” pelas melhorias para trazermos mais eventos.

A Copa 2014 e Olimpí­ada 2016, trazem oportunidades e perigos, compartilho com as aflições de Juarez, onde os atrasos nas obras e nos erros de orçamento dessas construções impactam diretamente na organização do evento e demonstram uma despreparo que não queremos relacionado com nossa área.

Imagine a minha empresa organizando um congresso e faltando dois meses para o iní­cio eu convocar a comissão organizadora e dizer que precisamos do dobro do dinheiro senão o evento não poderá se realizar. A capacidade dos profissionais brasileiros da área de produção e organização de eventos não deve nada a área internacional, mas a parte de estrutura, que pertence ao lado do governo deixa muito, muito mesmo a desejar.

O Brasil dos eventos já existe, mas no que dependermos de: espaços, facilidades fiscais, apoio institucional, capacitação, infra-estrutura, e visão de futuro, estamos í  desejar, como profissionais fiquemos atentos as oportunidades e as reinvidicações que possamos fazer. Claramente somos e queremos SER o pais dos eventos, mas precisamos TER muito mais engajamento e apoio. Como diz a frase: “Sózinhos somos fortes, juntos somos imbatã­veis”.

Libia Macedo – Março de 2011

Uma resposta

  1. Lí­bia ,

    Parabéns pelo artigo – concordo com você em gênero, número e grau. Tenho um pouco menos de experiênca (10 anos), mas vejo os profissionais de eventos brasileiros como poucos existentes no mundo.

    O que falta a nós, é estrutura e não só isso, uma regulamentação especí­fica do setor – hj em dia abrem se agências, produtoras, montadoras e demais empresas como nunca em nosso paí­s, o grande problema está em nosso estrutura econí´mica deficitária, sobretudo na parte tributária e na falta de investimentos em novos locais para eventos.

    Parabéns,

    Abraços,

    Thiago

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