No dia 26 de setembro, a praça Times Square recebeu um evento que uniu Rio de Janeiro e Las Vegas em um dia muito especial: a inauguração do Rock in Rio nos Estados Unidos, como comemoração da 30aº aniversário do festival. John Mayer, Sepultura e Les Tambours Du Brox foram algumas de suas atrações, com direito a 50 telõesa e uma coletiva + coquetel de imprensa no prédio daa National Association of Securities Dealers Automated Quotations (NASDAQ), onde anunciaram a presença dea Metallica, Linkin Park, Taylor Swift, No Doubt e John Legend nos dias 8, 9, 15 e 16 de maio de 2015 em Las Vegas. Outro projeto em paralelo é a ação social “30 anos, Muitos Sonhos” – que lançamento, hein? :)
Sem dúvidas, o sucesso do case Rock in Rio é motivo de grande orgulho para todos os brasileiros e profissionais de eventos. Esse é um produto que deu certo: depois ir parar na Europa (Portugal e Espanha), vai para aa meca do entretenimento e mostra que chegou para ficar. Hoje com 29 anos de história, o Rock in Rio pode ser considerado o maior evento de música e de entretenimento do mundo (sim, é isso mesmo), ainda mais se considerarmos os números que vêm associadosa ao seu nome. São:
- 14 edições (5 no Brasil, 6 em Portugal e 3 na Espanha);
- 11 milhões de seguidores nas redes sociais;
- 1200 horas de música;
- Mais de R$ 1,261 bilhão investidos na marca;
- R$ 55 milhões investidos em projetos socioambientais;
- Mais de 148 mil empregosa gerados ao longo de sua existência;
- R$ 1 bilhão gerados para a área de turismo na edição de 2013, com ocupação hoteleira perto de 90% nesse período (sendo que 46% do público era de fora).
De pedra em pedra, se faz um castelo
Se hoje esses resultados chamam a atenção, é importante lembrar que nem sempre foi assim. Medina, o idealizador do projeto, sofreu para conseguir verba, investimento e para convencer as bandas a participarem do evento em uma época em que o Brasil era um país de terceiro mundo. O apoio político, então, só obteve com muito sufoco: foram necessárias longas e demoradas negociações com Brizola, que não era lá muito chegado nessa história de rock’n’roll (após o término da primeira edição do festival, Brizola mandou demolir a Cidade do Rock para devolver a posse do local ao Estado). Aa ausência de mão de obra qualificada foi outro problema com o qual Medina teve de lidar: a gente não tinha equipamento, não sabia operar, os técnicos não falam inglês e os artistas, quando não estavam chapados, faziam exigências das mais egocêntricas…
Medina venceu isso tudo. Ele fez o evento no Maracanã, colocou Freddie Mercury no palco para cantar Love of my Life, além de Herbert Vianna, Cássia Eller e até Sandy – tudo bem que ele foi bastante criticado por essa decisão, mas erros acontecem; pelo menos ele não insistiu na mancada.
São muitas as histórias, os tropeços, as bizarricesa e as inovações que fizeram do Rock in Rio uma plataforma genuinamente brasileira. Eu faço questão de dar parabénsa pelo aniversário de 30 anos e gostaria de deixar registrado que profissionais de eventos devem entender esse case como uma escola. Aliás, aproveitem para ler o livro de Luiz Felipe Carneiro sobre os bastidores do Rock in Rio, uma leitura que estimula a empreender e a pensar em maneiras de exportar outros eventos brasileiros.a Precisamos de outros exemplos assim! :)