Super Bowl – mais do que um Evento
por Líbia Macedo
O Super Bowl é a final do Campeonato Nacional de futebol americano, um dos esportes mais idolatrados nas terras do Tio Sam e cada vez mais fora dele também.
Tem uma característica interessante, o Super Bowl não acontece nas cidades dos times finalistas (só se for uma coincidência) e são definidas com anos de antecedência num processo de candidatura Bidding (veja glossário DicaEventos) e devem cumprir alguns quesitos que são analisados pelos representantes das 32 franquias. Destacamos alguns:
– Escolta policial para os donos de equipes e 35 mil vagas de estacionamento;
– Suítes presidenciais sem custo algum em hotéis de luxo;
– Outdoors gratuitos por toda a cidade;
– Garantia de receber toda a receita da bilheteria;
– Os hotéis onde os times ficarão hospedados obrigatoriamente terão a NFL Network (canal de TV por assinatura da NFL) por um ano antes do Super Bowl;
– Sinal de celular forte nos hotéis onde os times ficarão hospedados. Se não for, uma antena deverá ser instalada sem custos para a NFL;
– Acesso livre para três campos de golfe de alta qualidade durante o verão ou o outono anterior ao Super Bowl; (eles fazem eventos anteriores a final)Disponibilizar gratuitamente duas pistas de boliche de alta qualidade para o Super Bowl Celebrity Bowling Classic, entre outros
Já está definido onde ocorre nos próximos 3 anos : 2019 será no Mercedes-Benz Stadium, Atlanta, em 2020 no Hard Rock Stadium, Miami Gardens e em 2021 – Los Angeles Stadium at Hollywood Park – atentem que na maioria as arenas são naming rights, não por acaso !
A deste ano em Minneapolis, aconteceu no US Bank Stadium, que é climatizada tem capacidade para 66.000pax, foi inaugurada em 2016 e custou cerca de U$ 1,1 bilhão (aproximadamente R$ 3,5 bilhões), deste montante 45% veio do poder público. Os demais 55% foram pagos pelos proprietários do Minnesota Vikings, principal time de futebol americano da cidade, com a ajuda de fundos privados – as linhas arquitetônicas do estádio se assemelham a um barco viking. E lá também os cidadãos questionaram esse investimento.
Um dos aspectos mais impactantes neste ano é a temperatura na cidade que estava média de -15° isso impacta na disposição das pessoas em saírem de casa, no staff que trabalha no entorno, em equipamentos, entre outros. A segurança também é um aspecto crucial, ainda mais com o terrorismo a solta, aliás o FBI é o responsável por arquitetar a segurança após os acontecimentos de 11 de setembro e neste ano a empresa de segurança contratada foi substituída semanas antes do evento (Wow).
O Evento não é só interessante para marcas focados ou patrocinadores de esporte, mas para todo o país, estatisticamente o Super Bowl também é o dia que tem o segundo maior consumo de comida nos Estados Unidos (só atrás do Dia de ação de graças) e só perde por audiência para a final da UEFA.
Por mais que o estádio tenha limitação de receber certo número de pessoas o conceito de SuperBowl Experience, faz com que circule mais de 600.000 pessoas na cidade, independente de irem ao dia do jogo. Aliás o evento, não é no dia do jogo e sim 10 dias antes com uma “vila” de marcas com eventos paralelos, brincadeiras, demonstração,shows, e este ano a final de uma competição de e-sport. Houve também o NFL Women´s Summit – discutindo como apoiar as causas femininas e uma competição de start up focadas em esporte 1st and Future.
Estar lá não é barato, o ingresso mais simples custa U$500,00 (Brasil é o quarto país que mais adquire ingressos do evento, subindo 81% referente a última versão*) mas é mais que um jogo de final é um acontecimento com muitas surpresas no pré/trans/pós evento. Desde o hino nacional – este ano feito pela Pink. Já no HalfTimeShow, tem o mesmo Diretor executivo desde 2007, Mr Kishner, que pensa em como fazer um show em 13minutos gerenciando uma equipe de produção que tem que rapidamente evacuar e desmontar qualquer tipo de parafernália e estrutura. Este ano Justin Timberlake – que não recebe cachê – esteve no evento pela terceira vez, arrasou com sua performance, parceria com a holografia de Prince (nascido na cidade) e encerrando na arquibancada. Há quem diga que foi playback….será?!
A produção, abusou das montagens em blocos de mini palcos, efeitos de luzes, espelhos e animação de voluntários e ganhadores de promoção que tietavam a apresentação bem de pertinho.
O pós evento além dos discursos e entrega do troféu Tiffany traz as festas de patrocinadores que são bem disputadas.
Aqui no Brasil, os fãs de futebol americano tem aumentado significativamente e a ESPN que transmite o jogo, não teve dificuldades de vender as cotas para a Tim, Motorola, IFood, Mitsubishi, Boticário da temporada toda e trouxe outras marcas para o jogo da final pontualmente. Aliás, esse ano, sem as proporções milionárias dos comerciais americanos, as marcas personalizaram suas propagandas com o tema, caso da HAVAN, IFood e outras, inclusive com uma parceria forte com os jornalistas especialistas da ESPN – mostrando uma inteligência estratégica de ativação de patrocínio.
Ah, o jogo foi contra o Patriots com o bonitão do Tom Brady (marido de Gisele Bundchen) e o azarão Eagles e quem ganhou foi o Azarão numa partida disputadíssima e com o MVP do evento, sendo o quarter backer substituto do titular, enfim digno de Hollywood.
Quer ir para o SuperBowl ano que vem, quem sabe você não é escalado, tente o programa de voluntários.
http://atlsuperbowl53.com/getinvolved/
Alguns números:
- 50 milhões de lata de cerveja
- Aumento em mais de 50% na venda das músicas de quem é a atração no intervalo
- U$ 12 bilhões gerados por causa do SP aos EUA
- Troféu feito pela Tiffany&Co em prata pura, pesando 3,5kg, U$ 12.000
- 000 voluntários
- 110 salas de cinema no Brasil transmitindo o jogo
- Audiência subiu 35% no Brasil comparado com o ano passado para o SB