“Gentileza gera gentileza”, “a sua liberdade termina quando começa a do outro” são sábios provérbios populares de convivência e importantes no check list de eventos, principalmente os públicos e abertos.

A questão da reapropriação do espaço público em São Paulo tem sido uma demanda forte dosa cidadãosa a seusa governantes, que precisam pensar “como” esta reapropriação deve ser feita.

Os parques, praças, ruas, museus devem ter programações e oportunidade de arte, cultura, música. Lembrando que o entorno desses espaços também serve de caminho, moradia, trabalho para muitas pessoas e a convivência deve ser harmí´nica.

O Pacaembu, bairro não recebe eventos musicais há mais de 5 anos, devido a uma ação movida pela Associação Viva Pacaembu de moradores do bairro, apoiada no PSIU – Programa de Silêncio Urbano, onde eventos podem ter até 45 decibéis após as 22h00 (uma missa faz mais barulho que isso, portanto…eventos diurnos e olhe lá!)

Também no Jardim Europa fizeram abaixo-assinado devido a barulho com certas festas que ocorrem no MIS, bem como filas gigantes que atrapalham as calçadas, carros nas garagens, í´nibus de excursão escolar parando o trí¢nsito-principalmente nessa última do Castelo Rá-tim-bum. Moradores da Pompéia e trabalhadores da região já se ressentem do núcleo de 2 shoppings + um estádio numa mesma rua, que tem poucas opções de estacionamento, em um lugar que alaga com facilidade.

Muitos dos locais foram construí­dos há um bom tempo, com outros objetivos, quando o entorno era estritamente residencial.

E cabe aos organizadores de eventos, patrocinadores e gestores públicos equilibrarem perdas e ganhos destas mudanças.

Algumas delas:

  • Escute as reclamações, elas podem ser solucionadas em conjunto e de forma harmoniosa.
  • Informe os moradores do entorno sobre a ocorrência do seu evento e das montagens. Com uma carta simpática e inclusiva, por exemplo.
  • Indique alternativas de roteiro e horários para os impactados. Seja alguém que traga solução , não problema.
  • Instrua fornecedores sobre horário e forma de entregas. A mesma coisa para motoristas de excursão, carros de artistas, etc.
  • Pense em benefí­cios e facilidades para que moradores e trabalhadores do entorno tenham alguma facilidade para consumir seu “produto de evento”. Exemplos: descontos, assistir ensaios, ir no preview e coisas assim.
  • Faça rodí­zio de locais, assim, os possí­veis prejudicados neste local são menos afetados, pois é uma dificuldade pontual.
  • Tenha profissionais especí­ficos para atender as demandas de reclamações, que cheque constantemente o que vem ocorrendo.
  • Mude o formato! O Instituto Tomie Othake , por exemplo, agora entrega senhas para suas Mostras, minimizando as imensas filas e concentrações de pessoas em calçadas, portões, escolas. E todos saí­ram ganhando.
  • Faça ações sociais com ONGa´s e escolas da região que você está. E anuncie isso para a vizinhança.

Nunca esqueça que pessoas são seus consumidores de eventos e formadores de opinião, e nosso negócio precisa de co-participantes sempre.

Uma cidade inclusiva precisa de eventos inclusivos, com critério e respeito a TODOS.

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